terça-feira, 1 de junho de 2010

Abre os olhos

Abre os teus olhos, sonha comigo e prometo não ser em vão.

Abre os teus olhos, liberta-te do pó que te cega e vem comigo, deixa-me levar-te onde nunca foste, deixa-me carregar-te no meu colo enquanto dormes, para depois acordarmos juntos.

Deixa-me ser o teu sonho, nem que seja por uma noite, deixa-me fazer-te perder, nem que seja durante umas horas.

Leva-me contigo a sítios onde só nós conhecemos, onde uma rocha tem o significado de um mundo, onde uma onda significa um oceano.

Deixa-me por uns momentos imaginar que sou teu.

Não percebes que quero estar contigo? Não percebes que me fazes falta?

Que me leves, que seja eu a levar-te, o que quero é estar junto a ti.

Quero perder o meu tempo a ver a água correr debaixo da ponte, quero perder o meu tempo a ouvir o vento sussurrar-me nos ouvidos, quero perder o meu tempo a teu lado. Ser teu.

Quero que os meus anos me pareçam dias com menos horas que o normal, com a lua a despedir-se mais cedo que o habitual e que o sol me sorria ainda de noite, pois contigo o tempo parece que não conta, parece que os anos contam como horas num ritmo que teima em me alucinar de tão rápido se torna.

Queria que os meus lábios te transmitissem a confiança que te falta, que sou teu, que nada me há-de separar do que amo, que nada me fará despedir de quem desejo.

Segura-me nos braços enquanto me perco na imensidão do desejo, enquanto me perco na imensidão que és tu.

Abre os teus olhos e repara no que está ao teu alcance, a vida, um desejo, um beijo, a imensidão do amor.

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