sexta-feira, 28 de março de 2008

Despedidas

Sem demoras, que seja rápido, a dor de te ver partir, de te ver dizer adeus é mais forte do que posso aguentar sem que as lágrimas me caiam dos olhos como se fosse uma criança perdida.

Quando me acordas, é para um mundo que quero para mim, onde desejo adormecer todas as noites e onde quero acordar nas manhãs de chuva e de sol, a teu lado e nunca longe de ti.

Ter de te dizer adeus, o facto de ficar sem ti durante segundos que parecem anos, não é sentimento que possa exprimir nestas palavras que hoje escrevo. Todos os pensamentos que hoje te dirijo, encara-os como o que de mais puro tenho para te dar, como se de uma carta íntima se tratasse e que um dia haverás de ler.

Sem ti sou como uma terra estéril, árida, em que nada cresce e sem nada para oferecer. Sinto uma dormência apoderar-se de mim, fico sem vontade de abrir os olhos de um sono que não tenho. Não, não te vás esta noite, fica mais um pouco para que possa sentir a tua pele, olhar nos teus olhos e encontrar de novo a alma que perdi e que encontro sempre que te sinto por perto.

Nestes dias em que te perco, nestas noites que passo acordado e te sinto afastar cada vez mais de mim, tornam-me uma pessoa que não quero ser, incompleta, sem poder partilhar sorrisos, lágrimas, a alegria ou a melancolia. Quero que sejas minha para sempre e que o espaço não exista entre nós e que tudo o resto seja nada mais do que um mero detalhe.

Não me obrigues a passar por despedidas que nunca existiram, mas que foram sentidas, nunca hesites em me encontrar sempre que te tentas afastar, pois eu estarei lá olhando para ti enquanto te afastas, esperando que esta não seja uma despedida perfeita e que acabes por voltar para mim.

Sabes que nunca gostei de despedidas, por mais perfeitas que sejam.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Deixa-o Ir

Deixa o peso que carregas nas tuas costas desaparecer, deixa que a dor desapareça, nem que seja por uns segundos.


Deixa que o tempo, esse teu velho conhecido, cure as tuas feridas, aproveita as horas, os minutos, os segundos e utiliza-os em teu proveito, usa e abusa daquilo que é realmente teu.

Talvez a próxima hora seja melhor do que esta que está a acabar, talvez a próxima semana, talvez os próximos 5 anos, não importa. Continua, as tristezas que hoje o dia te trouxe não as terás amanhã, preserva-as na memória como naquele dia de Janeiro, em que a chuva se confundiu com as tuas lágrimas quando ninguém reparava, faz por não deixar que essas mágoas te consumam a vida como a chama consome o pavio.

Utiliza as pequenas maravilhas que te fazem parar, que te fazem os olhos brilhar usa-as como unção para as tuas feridas, usufrui do pôr-do-sol como se de ar se tratasse e respira-o, sente-o entrar nos pulmões como se fosse crucial para a tua vida.

O destino que te aguarda é o que tu fizeres dele, não temas o que desconheces e recebe a dádiva das manhãs, o fervor das tardes e a paixão das noites. O tempo que passa, esse não importa, não faças luto pelos anos que viveste, recebe antes os anos que estão por vir de braços abertos, como de se um novo amor se tratasse.

Sente a pressão de amar, sente a nostalgia do luar, sente as tristezas, sente o barulho de uma onda rebentar na praia, faças o que fizeres sente-o.

Larga o peso que carregas nas costas, por mais que te custe, deixa-o ir.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Dia do Pai

Aproxima-se o dia do pai, de todos os dias do calendário escolheram um para enaltecer as qualidades ou as funções paternas.

Será necessário? Será que o facto de se ser pai tem de ser recordado? Será que os filhos não se recordam que o pai existe, ou em alguns casos, existiu?

A paternidade deve ser de facto algo indescritível, os sentimentos de quem gera uma vida, de quem a vê crescer, de quem a sente próxima e a vontade de a proteger de todos os males que nos rodeiam, deve ser de facto algo que nem o maior cientista, sociólogo ou filósofo consegue explicar.

O que também não se consegue explicar, são por vezes os maus tratos que algumas crianças recebem de quem as devia proteger, problemas como o alcoolismo, a toxicodependência, a ausência, deitam por terra tudo o que se entende por paternidade.

O dia do pai não deve ser utilizado como forma dos filhos se recordarem dos seus progenitores, mas sim de recordar os pais da sua responsabilidade para com os seus filhos. Os pais não devem pedir reconhecimento aos filhos, os pais devem isso sim estar reconhecidos aos filhos pelas alegrias, pelos sorrisos, pelas primeiras palavras, pelos primeiros passos e a tudo o que lhes foi doado pelo simples facto de terem colocado uma criança no mundo, que por sua vez nem pediu para cá estar.

O reconhecimento, de quem é pai, deve chegar na altura de ter netos e se repara que os seus filhos tentam dar a educação que um dia lhes foi transmitida a eles e eles próprios a tentam seguir. O reconhecimento chega quando pai e filho se sentam numa mesa e conseguem falar sem que um sinta desdém de falar com o outro, quando falam de igual para igual, sem medos, sem receios, sem apertos no peito de culpa ou de ansiedade.

Já agora isto vale também para o dia da mãe.

quinta-feira, 13 de março de 2008

quarta-feira, 12 de março de 2008

Parabéns a Todos os Professores

Pela luta incrível que têm travado e pela dedicação de sempre.

Coloquemos os olhos nesta mobilização e observemos o que se consegue atingir quando nos unimos por um objectivo comum.

Final Feliz

Os finais felizes não existem.

Sim, meus amigos pasmem-se aqueles que sempre acreditaram nas histórias da Disney em que o príncipe levava a Branca de Neve para o castelo para viverem felizes para sempre e consideravam isso o final feliz.

O que nos esqueceram de dizer foi que ainda agora as coisas tinham começado para os dois, em primeiro lugar sabemos que ninguém vive para sempre, logo, a mentira começa aqui e depois sinceramente, acho que a Branca de Neve insistiu em levar os Sete Anões, exigência que levou o príncipe, coitado, a um esgotamento derivado das sucessivas tentativas para decorar o nome dos 7.

Piadas à parte, vamos dissertar sobre a questão que nos traz hoje aqui, que é a tal dos finais felizes. Sabemos de antemão que se algo acaba ou chegou ao final é porque se esgotou, já não havia nada a fazer, logo nunca poderemos dizer que o final é algo de bom, pois significa que qualquer coisa chegou ao fim, e meus amigos, os finais deixam sempre marcas.

Se acabamos algo que corre bem e chegámos ao objectivo com distinção, com louvor, não é o final que é feliz, é o que foi feito até ali que nos deve deixar verdadeiramente felizes e que nos deve elevar o moral. O esforço, a dedicação no dia-a-dia, esses sim, devem ser os objectivos de cada um e não o final feliz de um louvor, pois o que nos deixará felizes com nós próprios é o caminho percorrido e não o que alcançámos.

Quando amamos alguém não é o casamento o final feliz, esse sinceramente, poderá ser o inicio da infelicidade a menos que tratemos de respeitar, de honrar e de cuidar de quem amamos e para isso não é necessário casar como nos fizeram crer há muitos anos atrás.

O que quero dizer com isto, é que o amor não é o final feliz porque todos ansiamos, mas poderá isso sim ser o início da felicidade.