terça-feira, 25 de setembro de 2007

Grande Novidade.

Hoje fiquei estupefacto com a notícia publicada no meu querido “Correio Matinal” e em todas as cadeias televisivas do país, em que se afirmava taxativamente que cada vez mais as famílias portuguesas abrem falência.
Mas agora pergunto eu, onde é que raio esta gente tem vivido nos últimos 33 anos???
Será que é assim tão difícil verificar que nós, vulgarmente conhecidos como “Tugas,” entrámos em falência colectiva?
Eu percebo que há 34 anos atrás fosse mais complicado obter esse tipo de informações devido a um lápis azul que insistentemente limitava o acesso à informação e que ironicamente dava um tom mais rosado (tipo as camisolas do meu Benfica), a todo este país.
Então agora vamos lá com calma e tentemos concluir algo de racional no meio de tudo isto…
Já todos nós sabemos que pagamos 21% de IVA, quando os gajos que se cospem a falar pagam 16%, também sabemos que na média dos países europeus os nossos salários só se consideram aceitáveis quando comparados com uma Estónia ou Ucrânia, sabemos inclusivamente que o preço da nossa gasolina só é ultrapassado pela Holanda e pelo Reino Unido (fonte: http://dn.sapo.pt/2007/02/02/economia/gasolina_vendida_pais_e_hoje_a_terce.html ). Vejamos bem, juntando isto aos juros que os senhores lá em Bruxelas, sentados nas suas poltronas papais, decidem aumentar conforme os seus almoços bem regados correm, será assim uma grande novidade estarmos todos Falidos? Falidos e Fo#%dos.
Sinceramente do que é que estamos à espera???
Novidade, novidade era num hipermercado qualquer…

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Vamos Legalizar

Como sabem, os nossos legisladores voltaram a fazer das suas.
Então agora não é que agora inventaram esta tal nova legislação, que permite aos indivíduos que até já foram julgados e considerados culpados, que agora se encontram em fase de recurso das suas sentenças sejam colocados em liberdade enquanto aguardam novo julgamento?
Pois é caros amigos com esta treta toda, segundo li hoje no nosso criterioso jornal “Correio Matinal,” (leio porque não o pago no café lá do sítio), já foram libertos cerca de 115 reclusos dos nossos estabelecimentos prisionais desde que a legislação foi colocada em vigor.
Pois é, esses pobres homens, incompreendidos pela sociedade como são, voltaram agora a esta, prontos para se tornarem ainda mais incompreendidos. Coitados dos rapazes, afinal os violadores, os traficantes, os gajos que esfaqueiam outros gajos de vez em quando também têm o direito a ir ler o jornal à borla.
Chamo-vos a atenção a este caso dos pobres rapazes, é que na prisão, segundo sei, é complicado arranjar um “Correio Matinal” que já não esteja manchado de sangue ou com outro tipo de fluidos ocasionados pela leitura da rubrica cor-de-rosa, onde de vez em quando se vêm umas fotos da “Tia de Cascais” com um decote mais atrevido.
Reflectindo bem, só isto me vem à cabeça eu acho que o próprio governo já chegou à conclusão que isto cá fora está pior que lá dentro e manda-os cá para fora para eles sentirem bem os castigos que todos nós sofremos na pele, como os juros elevadíssimos das casas, os 94 milhões de €urecos pagos em impostos diariamente, ou como o preço estupidamente elevado do petróleo.
Rapazes oiçam o que vos digo, não venham cá para fora, isto está pior do que aí dentro. Deixem-vos ficar, ok pronto, os gajos que fornecem a erva ao pessoal que saiam, é que a esses tudo lhes passa ao lado e sempre são capazes de dar alguma alegria ao pessoal.
Legalize it !!!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Sem Palavras



Aqui há uns dias, no Domingo, para ser mais exacto fui assistir à procissão da minha terra, a Moita.
Deparei-me com expressões de júbilo, de orgulho e até de fanfarronice, como que se de um momento para o outro por se carregar um andor ou participar numa procissão pudesse expiar os pecados cometidos durante o ano inteiro.
Reparei também em algo que não acontece todos os anos os andores que habitualmente nos anos anteriores vinham carregados de notas oferecidas pelos crentes, desta vez vinham vazios, sem as infames notas de €uro a conspurcá-los.
Os que me conhecem sabem que não tenho uma religião por opção, optei por entregar o meu destino única e exclusivamente às minhas acções, de acordo com a lei do livre arbítrio, tão proclamada por todas elas (religiões). Então, pensam vocês, “o que o leva a escrever sobre determinado assunto”? Simples, quer queiramos ou não, a religião faz parte da nossa cultura, é através dela que a nossa moral é construída, as nossas leis basilares foram criadas e que os nossos costumes, como a procissão, são cumpridos.
Assim deparando-me com a tal situação da falta de dinheiro dos andores, comecei a pensar no que poderia ter acontecido para um costume ser quebrado. Ocorrem-me dois pensamentos, ou as pessoas não tinham o que colocar lá, devido à grave crise que atravessamos, ou o meu caro amigo padre João optou, (e muito bem), não deixar que lá colocassem as tais notas num acto de profunda compaixão sobre quem optou involuntariamente por um voto de pobreza devido a esta maldita crise que dura desde que o D. Afonso Henriques andou à estalada com a mãe.
Com isto tudo o que eu quero dizer é que o que mais me impressionou e a que eu este ano estive particularmente atento foram as expressões, não daquelas que mencionei atrás, mas as que demonstravam Fé, como que a tentar encontrar significado por todas as suas provações e com uma enorme esperança de que as coisas vão mudar, gente honesta, com bons íntimos e que me comoveram pela primeira vez numa procissão religiosa.
Um abraço Padre Johny.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Juízos de Valor

Tenho pensado muito neste caso da Maddie, ou Madeleine Mccan.
Reparei que sempre que temos uma oportunidade fazemos juízos de valor independentemente do nosso alvo, seja a polícia judiciária, os laboratórios ingleses ou os pais da miúda.
Ainda há uns dias os pais da Maddie sempre que apareciam eram aclamados como heróis, encorajados a prosseguirem com uma interminável busca pela sua filha. Passados uns dias são violentamente apupados quando uma simples palavra, “Arguido” os passa a adjectivar.
O que não deixa de ser impressionante, neste caso, é que a grande maioria daquelas pessoas que os apupavam ou aplaudiam, nunca se cruzou com aquele casal na rua ou sabe o que eles estão a passar na sua intimidade.
Neste caso apenas o tempo nos poderá dar uma resposta, isto no que diz respeito àquilo que aconteceu àquela criança, claro. Relativamente à resposta que tento encontrar nesta publicação já será um pouco mais difícil, que é a razão porque somos tão rápidos a estabelecer juízos de valor, mesmo quando não conhecemos nada sobre as pessoas envolvidas ou sobre as suas razões.
Se por vezes um mal entendido faz-nos tomar posições drásticas relativamente a pessoas de quem gostamos, mais facilmente o fazemos por pessoas que não nos dizem nada.
Há primeiro que apurar os factos e depois fazer uma avaliação séria do que se passou. Se possível sem os tais juízos de valor.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Perdi-me contigo

Sem querer perdi-me. Não sei como começou, sei apenas que me perdi.
Num dia qualquer apareceste-me, e eu senti-te, desde esse momento não mais te larguei. O que parecia fugaz, de repente tornou-se em algo mais do que uma simples dúvida ou um simples capricho.
Um simples toque, um simples olhar, uma simples conversa, tornaram-se o meu mundo, os sentimentos que trocámos, os suspiros que demos as vontades que tivemos.
A beleza tocou-me e eu completamente embriagado por essa sensação cometi loucuras e vivi momentos que não mais hei-de esquecer.
Não te quero perder, quero perder-me contigo. Faz com que o tempo pare, faz com que o mundo não gire, ficaremos presos num momento em que os nossos olhares se cruzam e a nossa cumplicidade acontece naturalmente sem que seja preciso chamá-la.
Não cortes o teu cabelo, deixa-o crescer para me poder cobrir com ele e adormecer de noite, envolve-me com o teu sorriso, e deixa-me beber das tuas lágrimas.
Tentarei ser o que desejas, mas se não o conseguir, aceita-me como sou, esse é o derradeiro sacrifício de quem ama e quer ser amado.
As promessas que fazemos um ao outro, serão nulas e vãs se um dia nos deixar-mos de nos perder um no outro, por isso te peço:
Perde-te comigo como eu me perdi contigo.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Luzes que me apagam

Hoje vi uma fila de luzes. Eram luzes de todas as cores, vermelhas, amarelas, verdes, e outras que apenas se limitavam a brilhar no escuro.
Sem caminho certo avancei sobre elas. Reparei que à medida que o fazia inconscientemente o meu próprio brilho desvanecia e se confundia com aquelas luzes que mais não faziam que iluminar um caminho que me parecia certo, mas que ao mesmo tempo me consumia.
Senti-me como que a deslizar numa corrente que ia a meu favor, quando reparei que não era a corrente que seguia comigo, mas sim eu que seguia a corrente.
Não quero ser consumido por luzes brilhantes, quero ter o meu próprio brilho. Não quero seguir a corrente, quero desbastar o mato da minha vida, por mim sem a falácia da multidão.
Quero ter uma orgia de pensamentos a correrem-me as veias e que cada segundo conte pela sua importância estrondosa que devia ter, mas que não tem.
Que tudo o resto que importa hoje seja o que não importa amanhã, que os objectivos se clarifiquem de uma vez por todas, e que a minha importância não se resuma à minha ignorância, quero ser reconhecido pelo que sou cá dentro e não pelo que deito para fora.
Se um dia a vida me pregará outra rasteira? Se as luzes continuarão a apagar-me e a corrente a arrastar-me? Dir-vos-ei noutro dia qualquer.