Não há nada como o primeiro beijo.
Crava-se na memória como uma queimadura feita por um ferro em brasa na pele. O medo, a ansiedade do momento, o tremor nas pernas e o deixar de sentir o corpo abaixo da cintura devido à dormência que se instala.
O envolvimento que nos une os lábios, a paixão com que se sente a saliva da outra pessoa, um ritual único que provoca uma sensação de embriaguez e de tontura que quase nos leva ao desmaio. O toque de outra pele pela primeira vez com o intuito sensual.
O primeiro beijo é algo único até ser repetido.
Todos os primeiros beijos que se seguem provocam a mesma sensação, é como uma droga que se persegue até à exaustão, o beijar pela primeira vez uma pessoa, que nos atrai fisicamente e emocionalmente é como chocar contra uma parede a 100 Km/h, mas ao invés de nos provocar dor provoca-nos uma sensação de exaltação, de querer mais e mais.
Não é o beijo em si, mas tudo o que lhe antecede, o ritual dos olhares indiscretos, o sentir da respiração de outra pessoa, o seu calor, a suavidade da sua pele. Esse beijo que se torna mais importante e revelador que o sexo em si.
A procura incessante dessa sensação leva-nos por vezes a esquecer o que iniciou tudo isso com a pessoa que verdadeiramente ama-mos.
A paixão desse primeiro beijo que demos e que acaba por se desvanecer com o tempo faz-nos falta, então por vezes pensamos que algo está mal com a relação que temos ou que o amor deixou de existir, mas a realidade é que depois de beijarmos alguém de novo pela primeira vez e de sentirmos que afinal a sensação que procurava-mos desaparece após o acto em si, reparamos que afinal o amor que move as montanhas, esse continua com a pessoa cujos beijos seguintes já não causaram a sensação de embriaguez que tenta-mos impiedosamente repetir.
O ego provoca-nos diz-nos que já não somos capazes de ser amados, e que só através de um novo beijo nos seremos capazes de sentir de novo como homens/mulheres queridos por alguém, e é isso que o primeiro beijo é uma forma de nos alimentar o ego, diz-nos que afinal ainda valemos a pena e que merecemos esse acto de paixão, de sensualidade, de vontade.
O beijo dado por quem nos ama e por quem amamos é por si só o infinito prazer de saber que realmente contamos para alguém, e isso é tudo o que necessitamos.
Os beijos seguintes aos primeiros quando dados por pessoas que realmente se amam são bem mais importantes que o primeiro, pois significam que essa pessoa apenas nos quer beijar a nós e que teremos para sempre a exclusividade dos seus lábios.
Mas como vos disse de início não há nada como o primeiro beijo…
Sem comentários:
Enviar um comentário