quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Regresso ao Passado

Sabendo de antemão que os aumentos previstos para a função pública não vão para além dos 2.1%, ou mesmo 2.5 com sorte, a esperança de melhores tempos esfume-se num nevoeiro de incertezas e de vontade de emigrar para um outro país que utilize os impostos de uma forma coerente e consistente com as suas necessidades.
Já sei que sempre haverá os que lêem isto e que pensam, “lá vem mais um funcionário público a queixar-se de barriga cheia”, mas a esses lembro-os de que os salários nas instituições privadas são nivelados pelos aumentos que o governo impinge à função pública por isso há que ter consciência que nós não somos os únicos a ser prejudicados nesta história toda.
Para além do parágrafo anterior também gostava de salientar que há centenas de pequenas e médias empresas que subsistem dos negócios que têm com o estado, e que dependem muitas das vezes da eficiência e poder de encaixe dos funcionários públicos para a resolução de problemas, muitas das vezes criados por desconhecimento da lei ou simplesmente por negligência dos seus gestores ou empresários.
Quero com isto dizer, que tendo a consciência de que para uma minoria de funcionários do estado que pura e simplesmente não cumprem, há uma grande maioria que para além dos salários baixos e dos impostos, sem hipótese de fuga, a que somos obrigados a pagar e que em muito sustentam os cofres públicos, estão dispostos a dar o tudo por tudo para honrar o salário pago pelos contribuintes.
Para além dos aumentos miseráveis impostos pelo nosso governo, deparamo-nos com uma novidade que já não se via há uns bons 33 anitos. De repente verificamos que a sede de um sindicato foi visitada por agentes policiais.
Bem caros concidadãos, eu sei que o papel dos sindicatos vem perdendo preponderância devido à ineficácia das formas de luta propostas e às extravagantes exigências de aumentos salariais, mas acho que qualquer manifestação proposta por essas instituições desde que dentro da lei, tem o direito constitucional de se realizar sem a pressão policial sobre a forma de que se vai actuar. A isto se chama CENSURA
Talvez sejam por estes actos, que tem vindo a lume certas notícias sobre rusgas a casa de cabeças rapadas fascistas, sim fascistas porque há que chamar as coisas pelos nomes, pessoas que defendem o antigo regime e celebram o aniversário de um certo ditador alemão que ouvido com umas rotações a mais parece o rato Mickey a falar, são fascistas. Voltando ao assunto, talvez passando a mensagem de que andamos a caçar pessoas saudosas do antigo regime não conotem este 1º ministro, devido às políticas repressivas, com o presidente do conselho de ministros, (o tal que malhou da cadeira) que se manteve no poder durante 40 anos, sim 40 anos porque independentemente do rapazito só ter assumido o cargo de presidente do conselho de ministros de 1932 a 1968 já ele mandava nisto em 1928 quando assumiu a pasta do ministério das finanças.
Já agora o 25 de Abril não pode ser confundido com o 25 de Dezembro, a liberdade de expressão foi algo conquistado e não uma prenda de natal.

Sem comentários: