quinta-feira, 20 de março de 2008

Deixa-o Ir

Deixa o peso que carregas nas tuas costas desaparecer, deixa que a dor desapareça, nem que seja por uns segundos.


Deixa que o tempo, esse teu velho conhecido, cure as tuas feridas, aproveita as horas, os minutos, os segundos e utiliza-os em teu proveito, usa e abusa daquilo que é realmente teu.

Talvez a próxima hora seja melhor do que esta que está a acabar, talvez a próxima semana, talvez os próximos 5 anos, não importa. Continua, as tristezas que hoje o dia te trouxe não as terás amanhã, preserva-as na memória como naquele dia de Janeiro, em que a chuva se confundiu com as tuas lágrimas quando ninguém reparava, faz por não deixar que essas mágoas te consumam a vida como a chama consome o pavio.

Utiliza as pequenas maravilhas que te fazem parar, que te fazem os olhos brilhar usa-as como unção para as tuas feridas, usufrui do pôr-do-sol como se de ar se tratasse e respira-o, sente-o entrar nos pulmões como se fosse crucial para a tua vida.

O destino que te aguarda é o que tu fizeres dele, não temas o que desconheces e recebe a dádiva das manhãs, o fervor das tardes e a paixão das noites. O tempo que passa, esse não importa, não faças luto pelos anos que viveste, recebe antes os anos que estão por vir de braços abertos, como de se um novo amor se tratasse.

Sente a pressão de amar, sente a nostalgia do luar, sente as tristezas, sente o barulho de uma onda rebentar na praia, faças o que fizeres sente-o.

Larga o peso que carregas nas costas, por mais que te custe, deixa-o ir.

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