quinta-feira, 8 de maio de 2008

Voa

Voa para longe, voa para junto de mim, não te percas.

Espero por ti, espero por tudo o que representas, desespero na espera. Que seja curta, então. Que seja enquanto estiver de olhos cerrados, dormindo num sono profundo, para que não sinta o tempo passar.

Não deixes de voar, não deixes de sonhar. Veste o teu pijama e voa até mim, em sonhos, não importa. Sabes que os nossos sonhos são simples, sabes que para além da presença do sonhador, que apenas exigimos a presença de alguém com quem sonhamos, não é muito.

A simplicidade de um simples toque, que nos negam, que negamos a nós próprios, por questões estranhas ao ser e ao instinto. A mais pura incoerência do ser, a mais pura negação do ar que se respira, e cuja falta só sentimos quando nos é recusado.

Atravessa as paredes, atravessa os rios que separam as margens de um ser uno que um dia ficou rasgado em dois. Intensifica a busca do que procuras, para que não nos volte a afastar.

Navega comigo até nos perdermos no mar desta praia onde, até agora, apenas molhámos os pés…

Nunca seremos completos enquanto ficar algo por fazer ou algo por dizer, por isso rogo que, completes o teu voo e chegues onde o vento te levar, para que um dia possamos concluir aquilo que um dia começámos.

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