domingo, 18 de outubro de 2009

Dançamos?

Ouvimos aquela música vezes sem conta, pretendemos que mais nada se passe à nossa volta, exigimos que o som nos embriague do que sentimos naquele momento.

Receamos de olhos fechados que esta talvez seja a nossa última dança, enquanto nos perdemos nos braços um do outro, não receies, deixa-te levar, deixa-me acreditar que neste 4 minutos que nos restam seremos um só.

Ao som que sentimos os dois, as nossas vidas se cruzarão e a beleza de um bater do coração mais acelerado comandará as nossas vidas e enquanto sentimos os acordes de uma guitarra que nos atravessa a pele e nos toca a alma, tentamos seguir caminhos separados.

Nestes breves minutos que nos sobram quero te pedir que me abraces, que me sintas junto a ti para poder continuar a sonhar, para poder continuar a viver por ti.

Enquanto nos for possível, até que aquele som que nos percorre o corpo finde, quero dançar contigo, movimentar o corpo junto ao teu, sentir o teu peito no meu, o calor das nossas faces juntas, e segredar-te algo ao ouvido.

Quero tentar de novo, quero que estes sejam os 4 minutos mais longos de nossas vidas, que sejam aqueles minutos que consigam a obra de uma vida inteira, para que da próxima vez consigamos fazer tudo de novo, mas mais bem feito, com a perfeição de dois seres que se amam e se perdem em conjunto.

Não estou pronto para o final, não estou pronto para deixar de seguir-te nos passos desta dança que durará apenas uma fracção de nossas vidas mas que terá a importância das marés, que terá a importância da chuva na terra árida que anseia por vida.

Não me lembro da última vez que me senti tão bem, não me lembro da última vez que sobrevoei montanhas como um avião de papel, feito por mãos de uma criança cujos olhos brilharam assim que me viram partir. Não quero perder esta leveza que me foi roubada uma vez e que agora recupero contigo.

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