quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Voar

Que a mente se liberte por uns instantes, que a vida seja aquilo que sempre ansiei que fosse.

Que os apêndices de dor que me preenchem a mente se desvaneçam por uns momentos que serão considerados preciosos.

É esta a fantasia com que vivo, de me sentir como uma ave que voa num sentido sem qualquer destino e apenas pelo prazer de planar os céus, pelo prazer de sentir o ar passar por debaixo de seu corpo, imune a pressões que a trazem para baixo e tentam findar com o júbilo de voar.

Que se libertem as correntes de expressão, que se liberte a palavra para que possa dizer simplesmente o que me vai na alma ansiando que o marasmo do silêncio termine.

O sentimento dominante que me faz desejar por algo mais do que simplesmente o olhar que se perde na imensidão do toque que existiu um dia, que acabe de uma vez por todas ou então que me leve a agir com as forças que um dia desejei sentir.

O entorpecimento dos músculos de um corpo que experimenta a idade e de uma mente que se ressente dos atropelos com que a afligi faz com deixe de tentar de sentir a emoção de viver, passando a estar dormente numa vida que há muito procura um novo sentido.

Um dia sonhei cair de uma ponte bem alta, uma altura que me fez perder a noção de queda e passei, por instantes por uma sensação de voo a pique como uma ave de rapina e o que deveria ser um simples pesadelo transformou-se num sonho que jamais esqueci, transformou-se numa imensa fantasia sem que qualquer explicação fosse necessária.

Uma metáfora já batida, a de voar e de querer estar junto a ti durante horas sem limite, para que dessa forma pudesse viver o sonho de te sentir mais uma vez pois és tu que me fazes voar, és tu a fantasia que me foge por entre os dedos, e não sei o que fazer para a manter.

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