quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Insónia


O sono que falha, os pensamentos que fluem, as preocupações que afligem.

Tudo parece mundano àquele que não dorme, a futilidade da vida que passa em horas mais curtas do que realmente são, levam-te a pensar na rapidez com que tudo surge, com que tudo desaparece.

A vontade de não dormir está lá, porque não queres perder pitada de uma vida que por mais fútil que seja é a única que vais viver, o querer aproveitar todos os segundos, todas as lufadas de um cigarro que se esfume num fumo denso de pensamentos e de leviandades.

As vontades que se perdem e que se movem de um lado para o outro como se quisesses sempre aquilo que não tens, mas queres mais ainda e sempre mais.

Procuras por sensualidade, procuras por realidade, por compatibilidade, por inocência, mas o que procuras realmente é encontrares-te a ti próprio nem que seja por um milésimo de segundo e esperares que este dure uma eternidade numa noite que já vai longa.

A insónia raia-te os olhos de raiva, de prazer, de loucura mas essencialmente de desespero por não conseguires o que na realidade já tens… uma vida.

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