sexta-feira, 18 de abril de 2008

Histórias que me contam

Contam-me coisas. Dizem-me que somos os dois como ondas que rebentam no mar, intensas e barulhentas.

Guardarei todas as palavras que me explicam como somos, pois sei que um dia elas serão necessárias para as reflexões diárias que nos obrigamos a fazer.

Sei que as histórias que me contam, do que nós vivemos do que nós sentimos, são apenas uma ilustração banal de duas vidas cuja intensidade de um dia se terem cruzado nos explode nas mãos.

Com as palavras ásperas e duras utilizadas na narração de todas essas histórias que me contam, faria sentido que nos propuséssemos a um exorcismo de almas apoquentadas pela dor e amargura, para que expulsássemos o mal que vem de dentro, como um ácido se tratasse que nos corrói o que consideramos puro.

Utilizam metáforas, para nos identificarem com algo que não sabem explicar pois nunca o sentiram, utilizam eufemismos para suavizarem o que nós passámos, quando nós e apenas nós, conhecemos o ardor que nos trouxe aos lábios.

Sei também que as histórias que me contam e cujo fundamento da verdade que nelas se conhece e se mostra ténue como o nevoeiro que atravessámos, nos proporcionam horas de meditação sobre o que de errado fazemos, para que nos contem histórias assim.

Em todos os eventos relatados nessas histórias apenas um considero válido, aquele em que atravessamos juntos o que nos ditou uma vida que, nas histórias que me contam, está longe de ser perfeita, mas só eu e tu, e de repente conseguimos, e isso para mim é o que conta.

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